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Live-show: Babadan

Desde 2018, Babadan Banda de Rua é presença marcante nos becos e vielas, teatros, espaços culturais e carnavais de Belo Horizonte e região. A missão é exaltar uma sonoridade afro-mineira e ao mesmo tempo, reforçar a necessidade do aquilombamento e reconexão com a ancestralidade.

O Babadan está ligado umbilicalmente ao Bloco Afro Magia Negra que desde sua criação, em 2013, recebe em suas reuniões, shows e eventos, pessoas com o desejo de celebrar a importância da cultura negra e com engajamento frente a luta e combate ao racismo e ao preconceito étnico-racial.

O Babadan surgiu através do desejo dos músicos Camilo Gan e Juventino Dias em “fazer um som” que misturasse três importantes tradições de Minas: O Congado, O Candomblé e o som das Bandas de Minas. “Queríamos reunir essa nossa galera dos sopros pra tocar as coisas de Minas” conta Juventino Dias. A partir disso foi feito o convite ao William Alves para fazer os arranjos. Os convites foram se estendendo aos demais integrantes e a partir de 2018 começaram os ensaios. No Babadan a maioria dos integrantes são do interior e oriundos dessas Bandas de Música. O percussionista Camilo Gan é Onilú, um especialista em toques de candomblé. Aldo Bibiano, Talles Bibiano e Juventino Dias são Congadeiros. Aldo e Talles Bibiano são herdeiros e Mestres na Guarda de Moçambique de Nossa Senhora do Rosário do Bairro Santa Efigênia na cidade de Brumadinho-MG.

O nome Babadan surgiu quando os idealizadores estavam utilizando o computador para fazer uma inscrição de um projeto na lei de incentivo e, no momento de finalizar o procedimento, o mecanismo de verificação e autenticação de usuários mostrou na tela as seguintes letras para serem preenchidas: B a B a D a n. A palavra formada aleatoriamente pelo sistema de autenticação chamou a atenção pelo seu significado, “baba” significa pai na língua Yorubá, e “dan” quer dizer serpente sagrada do antigo Reino do Dahomé, antigo Benin. Segundo a cosmovisão desse reino, essas serpente tem por hábito morder a própria cauda para cultivar a prosperidade e continuidade. “Então nós juntamos o inusitado fato das letras de verificação de autenticidade terem uma auto identificação com o significado da palavra “Babadan” para nomear esse nosso sonho que já vinha sendo pensado e desenhado nos últimos anos. Aproximar as tradições ligadas ao povo preto mineiro: o congado, o candomblé e as bandas de Minas” explica Camilo Gan. Dessa forma, surge o(a) Babadan Banda de Rua em 2018, fundamentando-se no comportamento musical de bandas dos tempos do Brasil Colônia, onde imperava a sonoridade dos instrumentos de sopro. O diferencial do grupo é a substituição, na sua base percussiva, dos tambores com pele de plástico pelos tambores com pele de couro – atabaques, djembes, dunduns, gungas, patangomes e tambores utilizados no reinado afro brasileiro de Minas Gerais; e a utilização de ferramentas de trabalho, como a enxada, tendo o seu uso ressignificado para a música. O repertório é predominantemente instrumental, com ênfase em canções de renomados músicos mineiros e arranjos autorais. As influências musicais perpassam os ritmos afro-mineiros, toques sagrados do Candomblé, samba, afrobeat, afro cubano, jazz, funk, soul, tamborzão, dentre outros.

No Babadan antes da criação de novos arranjos, sejam eles autorais ou releituras, boa parte do grupo se reúne para ser feito um estudo, uma curadoria sobre a estética a ser escolhida. É um momento para pensar nos ritmos, na instrumentação, na estética visual, na sonoridade, nas ferramentas tecnológicas, no contexto político-social, no conteúdo educativo, dentre outras coisas. É realizada uma grande pesquisa, uma verdadeira imersão acerca das principais referências do grupo dentro do universo afro-brasileiro e da world music, com o intuito de entregar um produto artístico contemporâneo e pop, com uma linguagem que dialogue com os jovens e o com o público adulto, um produto que seja fiel ao viés ideológico do coletivo, que tenha também um conteúdo afrobetizador e que respeite a ancestralidade e a tradição.

Formação Babadan Banda de Rua:
Percussões: Camilo Gan, Dgar Siqueira, Raquel Franco e Talles Bibiano
Saxofones: Jonas Vitor, Lucas Freitas e Tiago Ramos
Trompetes: José Vitor Assis e Juventino Dias
Trombones: Alaécio Martins, João Paulo Alves e Miguel Praça
Tuba: Aldo Silva Bibiano
Arranjo, Regência e Trompete: William Alves

Data

nov 07 2020
Expired!

Tempo

21:30